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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Os desafios de se exercitar na terceira idade


Com acompanhamento, dona Neusa Carvalho, de 57 anos, consegue levantar 190 kg e faz só dez meses que ela está na musculação. Dona Maria Julia levanta 170 kg. Agora, são elas, mulheres que já passaram pela menopausa, que participam da pesquisa.
O objetivo é dosar a quantidade exata de exercícios para diminuir a osteoporose e os outros problemas que vem com a idade. Assim como as mais jovens, elas são testadas até o limite da resistência de cada uma. “Conforto é bom, mas temos que nos exercitar, senão você acaba ficando muito amolecido”, comenta dona Neusa.
Musculação pesada para idosos? No começo, dona Lili Leite de Oliveira, de 64 anos, desconfiou, mas acabou aceitando o desafio. “Eu, a princípio, fiquei temerosa. Tive uma vida de muito trabalho e pouco esporte. Me queixava de dores. Meu professor até me deu o apelido de Maria das dores", conta ela.
Dona Lili levou o marido junto para a academia. E, de lá, para um parque da cidade. Eles não pararam mais e acabaram-se as desculpas. “A gente chega em uma certa idade e começa assim a reclamar do frio, diz que gosta de ficar no sofá”, diz dona Lili.
Eles mesmos cuidam da casa. Se é para limpar as canecas do Seu Benedito em cima da estante, lá vai dona Lili, cheia de disposição. “Para subir a escada, eu não conseguia levar o pé de uma vez só. Então eu fazia pequenas paradas a cada degrau. Hoje, eu já posso subir direto, sem dor. A Maria das dores já morreu. O Juca enterrou Maria das dores", lembra ela. Juca é o professor Gilberto, coordenador da pesquisa, de quem Dona Lili sabe que vai sentir saudades.
Com os olhos voltados para as descobertas da ciência, os pesquisadores nem se deram conta do bem que estava fazendo para as pessoas. “A gente, como cientista, pensa em publicar o resultado da pesquisa, apresentá-la em um congresso. Mas o retorno maior que a gente tem é o que vemos no dia-a-dia. É um presente de Deus. Eu fico muito emocionado com os relatos, porque a gente não tem tempo de ouví-las. Este é um prêmio que eu vou levar para o resto da vida”, destaca o pesquisador da UFSCar Gilberto Eiji Shiguemoto.
“Outro dia minha filha disse: ‘mãe a senhora não tem mais 19 anos’. Eu disse: “não tenho mesmo, tenho 18”, conta dona Lili.
 

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